Durante a sessão de hoje, 07 de agosto, a bancada de
deputados do Partido dos Trabalhadores (PT) da Assembleia Legislativa
apresentou requerimento solicitando ao Ministério Público que investigue as
mortes de 34 recém-nascidos no mês de julho na Santa Casa de Misericórdia do
Pará.
De acordo com o deputado Carlos Bordalo, que elaborou
o documento, a direção da instituição não divulga os dados oficiais e faz tudo
para maquiar a imagem da centenária instituição. “Como foi o caso da simulação
de criação de uma unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal, batizado de
número 03, e que foi desativada logo após a visita do governador Simão Jatene,
em 20 de julho”, denuncia o parlamentar.
Indignado, o deputado Zé Maria, líder da bancada,
lembrou que em abril participou de uma visita realizada por uma comitiva de
parlamentares que pretendia acompanhar in loco este mesmo tipo de denúncia. “Na
época recebemos da direção da instituição o reconhecimento de que existiam deficiências,
mas jogou para os municípios parte da responsabilidade. Na época o índice
máximo de mortalidade estava com uma média de 4,5%. Vamos cobrar providências.
Nossas crianças precisam ter oportunidade de nascer e lutar pela vida”, contou Zé.
As principais causas da morte apontadas pelo
documento dos petistas seriam: infecção neonatal precoce; hipertensão pulmonar;
falência múltipla dos órgãos; síndrome do intestino e hemorragia gástrica. Entre
os mortos, 18 do sexo masculino e 12 do sexo feminino e 04 não foram
identificados nos boletins de ocorrência, que estão em anexo ao requerimento
apresentado a Casa.
A bancada denuncia, ainda, que os profissionais da saúde
que atuam na instituição afirmam que a falta de ação básica de assistência
seria um dos maiores problemas. “O governador e a direção da Santa Casa
deveriam agir com transparência e divulgar estatísticas oficiais sobre as
mortes de bebês. Muitos médicos estão registrando boletim na polícia para se
resguardar de prováveis problemas judiciais”, afirma Bordalo.
Para ele, a gravidade dos fatos pode iniciar um
processo com levantamento de informações que podem resultar na formação de uma
CPI da Santa Casa. “Quando uma casa de saúde ultrapassa a lotação aumenta
consideravelmente o risco de contaminação. Não podemos conviver com essa situação
sem que o governo abra a discussão para que a sociedade também ajude a
encontrar a solução”, finaliza.
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