O assassinato do vigilante David
Martins Santos ocorrido na manhã de ontem na cidade de Santarém, região Oeste
do Pará, repercutiu na Assembleia Legislativa do Estado do Pará durante a
sessão deliberativa de hoje, 25 de setembro. Quem deu o tom de indignação ao
tratamento diferenciado dado pela Polícia Civil e Militar ao executor dos disparos
que ceifaram a vida do trabalhador, o policial rodoviário Carlos André da
Conceição Costa, foi o líder da bancada de parlamentares do Partido dos
Trabalhadores, deputado Zé Maria.
O parlamentar classificou como
“inaceitável a liberação e a escolta do executor realizada por policiais
militares até o aeroporto”. Zé Maria protocolou na Casa requerimento
solicitando ao titular da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa
Social, Luiz Fernandes, pedido de providências para apurar o caso. “Precisamos saber
por que todo esse cuidado foi atribuído a alguém que cometeu um crime bárbaro.
Queremos essas e outras explicações”, enfatizou.
Em discurso, Zé Maria afirmou ser
necessário esclarecimento sobre o porquê da liberação do policial rodoviário
após o depoimento e durante o debate sobre o assunto na Alepa, o deputado Nélio
Aguiar (PMN) afirmou que a polícia estava agindo conforme os princípios legais
e destacou que a entidade de segurança deve proteger todos os cidadãos que
estão sob sua tutela. “A polícia agiu desta forma por que estava cumprindo seu
dever, que é proteger”, destacou.
Entenda o caso...
Na última segunda-feira, 25 de
setembro, o policial rodoviário federal Carlos André da Conceição Costa,
natural de Campinas, São Paulo, assassinou com dois tiros o vigilante David
Martins Santos, de 38 anos, residente no bairro do Santarenzinho, em Santarém,
região Oeste do Pará. Após prestar depoimento na Seccional de Polícia Civil,
deixou a cidade por volta das 16 horas do mesmo dia, em uma aeronave da TAM. O
crime que vitimou o vigilante aconteceu na Praça do Mirante, atrás da Escola
Frei Ambrósio.
O que mais chamou atenção das pessoas
que estavam no Aeroporto Maestro Wilson Fonseca, em Santarém, foi o PRF chegar
escoltado por um forte aparato da Polícia Militar, sob o comando do Major
Costa, inclusive estava vestido com uma farda da PM, para tentar se disfarçar e
fugir da imprensa e dos familiares da vítima.
Um fato que revoltou todos que estavam no aeroporto, é que o Policial
Rodoviário Federal estava rindo quando chegou no local, como se nada tivesse
acontecido. Na ocasião, ele entrou com a farda da PM no banheiro do aeroporto,
trocou de roupa e saiu para a sala de embarque com uma roupa comum. Todos
perguntam: como é que uma pessoa mata um trabalhador, presta depoimento na
Polícia e depois sai da cena do crime como se nada tivesse acontecido? O
Ministério Público e a Justiça devem se pronunciar sobre o caso.
Revoltada, a família tentou invadir a
Seccional de Polícia. David Martins Santos tinha 37 anos, trabalhava na agência
Martins, que presta serviços à Prefeitura de Santarém. Várias versões foram
dadas até agora sobre o crime que ganhou repercussão nas redes sociais de
Santarém e da região Oeste do Estado. Segundo versão do Major Costa, da Polícia
Militar, o segurança ao fazer a abordagem de três menores que estavam na praça
não observou que no mesmo local estava o Policial Rodoviário, que ao se deparar
com a situação pensou que se tratava de um assalto e sacou sua arma efetuando
dois disparos contra o segurança que morreu no local.
Familiares e amigos de David Martins
Santos foram até a Seccional de Polícia Civil acompanhar o depoimento do PRF
Carlos André. A mãe da vítima, Dona Raimunda, que foi diretora da Escola José
de Alencar, bastante nervosa e em prantos pedia Justiça. Outros familiares de
David e amigos, mais exaltados, tentaram invadir a Seccional, mas foram
contidos pela Polícia Militar, com apoio do Grupo Tático, que montou uma
barreira para impedir a invasão. Polícia Comandada pelo Tenente Coronel Antenor
Nascimento de Oliveira, Comandante do Batalhão Tapajós do 3º BPM.
Com
informações do jornal O Impacto
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