quarta-feira, 13 de junho de 2012

Fetagri consegue avanços com Incra após pressão de manifestantes


O Grito da Terra Pará, que trouxe a Belém lideranças de associações, assentamentos e cooperativas ligadas à Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetagri), ontem, conseguiu avanços junto à Superintendência Regional do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Pela manhã, após cinco horas de reunião, o superintendente do órgão em Belém, Elielson Silva, anunciou a contratação de assistência técnica para 30 mil novas famílias; a licitação de obras de infraestrutura nos assentamentos, na ordem de R$ 22 milhões; a construção de R$ 40 mil casas e a reforma de outras 9 mil até 2014, pelo programa Minha Casa, Minha Vida Rural; e a expansão do Bolsa Verde, programa de apoio à conservação ambiental, para 20 mil famílias, ainda este ano. Mas os manifestantes não foram recebidos pelo governador Simão Jatene, como pretendiam. Houve um ato pacífico em frente ao Centro Integrado de Governo (CIG), onde o vice-governador Helenilson Pontes prometeu retomar as negociações com a categoria.
Na véspera, os trabalhadores interditaram o trevo da Alça Viária, no acesso ao município de Barcarena, e também a BR-316 na altura de Igarapé-Açu, para pressionar os governos federal e estadual. Em seguida, o grupo passou a noite acampado no pátio do Incra de Belém. Na pauta da Fetagri, estavam mais recursos para o Incra, na ordem de R$ 500 milhões para este ano para obras de infraestrutura nos assentamentos federais, além da criação de 20 assentamentos estaduais ainda este ano, agilização dos licenciamentos ambientais e para a recuperação de estradas e construção de sistemas de abastecimento água, além da contratação de 500 técnicos para a assistência técnica por meio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater).
Pela manhã, a Fetagri se reuniu com o superintendente do Incra por cerca de cinco horas. "Foi possível anunciar esses investimentos por conta do descontingenciamento de recursos anunciado pela presidente Dilma Rousseff", anunciou Elielson.
À tarde, os trabalhadores seguiram para o CIG, onde uma comissão foi recebida pelo vice-governador e pelos titulares das Secretarias de Estado de Meio Ambiente (Sema), de Agricultura (Sagri), de Segurança Pública (Segup) e de Saúde (Sespa) e também da Emater, Instituto de Terras do Pará (Iterpa) e do Programa Pará Rural. Do lado de fora do CIG, cerca de 70 trabalhadores fizeram um ato bem humorado ao som de forró e dança de quadrilha, enquanto três guarnições da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana e uma da Força Nacional faziam a proteção do prédio.
Rodovia quase foi fechada, mas vice resolveu receber comissão
"A nossa determinação era nos reunirmos com o governador, mas ele anunciou que está doente, com virose. Queremos mostrar que os acordos firmados há um ano com os secretários dele não estão sendo cumpridos", observou o presidente da Fetagri, Carlos Augusto Silva. Os trabalhadores ameaçavam interditar a avenida Augusto Montenegro, em frente ao Palácio dos Despachos, quando a reunião com o vice foi viabilizada.
Pontes destacou o secretário especial de Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Produção do Estado, Sidney Rosa, para comandar o encaminhamento das pautas da Fetagri. "Vamos sistematizar as ações por município e área de governo", disse Rosa. A primeira reunião da mesa de negociação será na próxima terça-feira 19, às 15 horas, no CIG, para tratar das demandas da região Guajarina com o Iterpa. O presidente do Iterpa, Carlos Lamarão, anunciou que a criação de 11 assentamentos estaduais este ano, mas a Fetagri não abre mão dos 20 assentamentos prometidos e ameaçou repetir as manifestações em Belém dentro de 60 dias. "O governo está tendo espírito de diálogo. Já contratamos 220 técnicos para a Emater, mas a aquisição de mais técnicos tem limitações administrativas e orçamentárias. Já estamos licitando a recuperação de estradas", explicou o vice-governador.

Do Amazônia Jornal

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